“Há outro auxílio à nossa
fé, afim à
pregação do Evangelho, nos sacramentos, sobre os
quais é muito importante que ensinemos uma doutrina certa,
a partir de onde aprendamos para que finalidade foram instituídos e qual o seu uso agora.” - Calvino, João. A instituição da religião cristã. Tradução de Elaine C. Sartorelli et al.
São Paulo – SP: UNESP, 2009. Tomo
II, Livro IV, XIV, 1, p. 692. (Edição
integral de 1559).
1.1 - Prolegômenos
1.1.1 – A
relevância de um estudo sobre o termo sacramento
O teólogo
reformado Alister E. McGrath afirma que há duas classes de indivíduos
que podem se beneficiar com um estudo sobre os sacramentos: os pastores e os
mestres. Para ele, estudos dessa natureza “... são de
grande relevância para o estudante de teologia que pretende exercer o ministério
pastoral. No entanto, interessam também àqueles que estudam a teologia por
razões mais acadêmicas.” [1]
O
reformador João Calvino (1509 – 1564) inicia o capítulo intitulado “Os
Sacramentos” de sua obra “Instituição da Religião Cristã”, enfatizando que é
relevante este estudo se ele for canalizado a uma verdadeira orientação
ortodoxa: [2] “Há outro auxílio à nossa
fé, afim à pregação do Evangelho,
nos sacramentos, sobre os quais é muito importante que
ensinemos uma doutrina certa, a partir de onde aprendamos para que finalidade
foram instituídos e qual o seu uso agora.” [3]
Podemos
aplicar a ênfase destes dois teólogos citados acima na questão da definição [4] do termo
sacramento. Essa definição será útil a pastores na instrução de suas Igrejas, e
a mestres na instrução de seus alunos. O estudo também levará os que dele se
esmeram a descobrir a autêntica ortodoxia e aplicá-la à sua cosmovisão cristã.
1.1.2 – A
dificuldade de se dar um significado ao termo sacramento
É importante
estudarmos sobre o termo sacramento, mas, é certo que isso não é fácil. Nesse
campo, não podemos ser incautos e realizar nossa pesquisa sem cautela. O que
nos norteará neste estudo é o fato apontado por McGrath: “Logo
ficará claro que o termo ‘sacramento’ é extremamente difícil de definir, devido
à controvérsia existente entre as igrejas cristãs quanto à natureza e à
quantidade de sacramentos.” [5]
Isso
significa, de acordo com Charles Hodge (1797 – 1878), que “O uso eclesiástico da palavra foi influenciado por várias
circunstâncias”; [6]
e segundo
Pierre Marcel, que “A significação eclesiástica do termo ‘sacramento’ tem sido
muito variada no decorrer da história da Igreja e tem sido influenciada por uma
diversidade e circunstâncias.” [7]
Estes fatos nos orientam a sempre ratificar nossa
pesquisa com várias fontes por sabermos das dificuldades históricas que
permeiam este tema. Sendo assim, no próximo ponto começaremos a análise
histórica do termo sacramento.
1.2 – Definição de Sacramento
1.2.1 –
Etimológica [8]
De acordo com
Russel N. Champlin, “A palavra portuguesa
‘sacramento’ vem do latim sacramentum”,
[9] termo que
significa algo que é: “sagrado”; [10] “santo [11] ou consagrado”,
[12] e “sacro”. [13] Quimo
Setímio Florêncio Tertuliano (cf.: 155 – 235), afirma que no uso
comum do latim, a palavra sacramentum
tem o sentido de “um juramento sagrado”. [14]
1.2.2 – Sistemática [15] e histórica
A
definição etimológica de sacramentum
nos leva as seguintes considerações sistemáticas do termo: o historiador
protestante David S. Schaff nos ensina que a palavra tinha
um sentido peculiar aos romanos. [16]
Alexander A. Hodge (1823 – 1886), filho e sucessor de Charles Hodge (1797 –
1878), escreve que esse sentido peculiar é que “Em seu uso clássico, [o termo] designava
alguma coisa que obrigava ou envolvesse obrigações”. [17]
Dentro dessa
visão sistemática, podemos agora formular uma idéia histórica do termo sacramentum. J. C.
Lambert
escreve que “A palavra ‘sacramento’ (...) no período clássico da língua [latina] foi usado em dois sentidos principais.” [18] Estes sentidos são separados pela
idéia de tempo, de acordo com teólogo reformado Hermisten M. P. da Costa. [19] O primeiro sentido era designar um termo
legal “... para
denotar uma quantia de dinheiro depositada por duas partes para uma ação
judicial...”. [20] O teólogo reformado Louis Berkhof (1873 – 1957) afirma que duas partes estavam em litígio, e, “Após
a decisão da corte, o dinheiro da parte vencedora era devolvido, enquanto que a
da perdedora era confiscada.” [21]
O dinheiro
deixado servia então como uma garantia [22] para o processo judicial. A ligação
desse primeiro sentido com a definição etimológica do termo sacramentum, que é “sagrado”, está no
fato de que a parte do dinheiro que era confiscada “... objetivava ser uma espécie de oferenda propiciatória aos
deuses.” [23] Nas palavras de Charles Hodge: “Em procedimentos legais, o dinheiro depositado pelas partes litigiosas
era chamado ‘sacramentum’ porque, quando confiscado, era aplicado
a propósitos sacros.” [24]
O segundo sentido, segundo Lambert, era designar um termo militar “... para designar o juramento de obediência
feito por um soldado recém alistado.” [25] Schaff
afirma que essa obediência e lealdade [26]
eram dos “... soldados ao
estandarte militar”. [27] Charles Hodge descreve que a obediência também se reportava
do soldado ao seu país, [28] e Adão Carlos Nascimento com Alderi Souza de Matos
descrevem que “Sacramento era o nome dado ao juramento que o soldado
fazia de fidelidade ao imperador, até a morte.” [29] João Calvino sobre este sentido de sacramentum escreve que ele “...
significa aquele juramento solene que o soldado presta a seu comandante quando
se alista sobre a sua bandeira.” [30] Por este juramento ser solene, Hermisten Costa afirma que
ele envolvia “... as obrigações
decorrentes deste compromisso.” [31]
1.3 – A conexão entre o termo sacramentum e a Igreja
1.3.1 – Palavras
de Plínio
Plínio, o moço
(Cf.: 62 – antes de 114 A.D.), governador da província romana da Bitínia (Cf.:
112 A.D.), [32] pareceu
favorecer a aplicação da idéia de sacramentum
como um juramento de um soldado ao seu senhor, aos cristãos. Schaff relata: “Escrevendo cerca de 110 A.D., Plínio
parece ter tido em mente a primeira acepção, quando referiu que os cristãos se
comprometiam por um juramento - Sacramentum - não cometeram assassínio ou qualquer
outro mal.” [33] Lambert
também relata as palavras de Plínio e diz:
Plínio (cerca de 112 A.D.) descreve os
cristãos da Bitínia como ‘comprometendo a si mesmos pelo sacramentum a não cometer nenhum tipo de crime” (Epístola X. 97), (...) os eruditos estão agora certos de que Plínio
aqui usa a palavra em seu antigo sentido romano de um juramento de obrigação
solene... [34]
1.3.2 – O
sentido da obediência: Tertuliano
Tertuliano de
Cartago, na África [35] (cf.:
155 – 235),
um dos chamados “Pais da Igreja [36] Ocidental”,
foi quem fez a transição do termo sacramentum
para a teologia latina cristã. Lambert afirma que “É nos escritos de
Tertuliano (fim do 2º e início do 3º século) que nós encontramos a primeira
evidência da adoção da palavra como um termo técnico para designar o Batismo, a
Ceia do Senhor e outros ritos da Igreja Cristã.” [37] Schaff
também contribui com este assunto ao registrar que “A palavra latina sacramento – sacramentum – foi primeiro
usada, entre os escritores cristãos, por Tertuliano, cerca do ano 200, ao falar
do batismo como o ‘sacramento da água’ e o ‘sacramento da fé’, aludindo também
ao ‘sacramento da eucaristia’.” [38] Champlin descreve que “Tertuliano
usou o termo para denotar fatos sagrados, sinais misteriosos e salutares, atos santos que servem de veículo.
Num sentido tão amplo, ate mesmo alguma doutrina das Escrituras pode ser
chamada de sacramento.” [39]
McGrath nos ratifica, de forma interessante, a contribuição
de Tertuliano para a teologia cristã ocidental ao fazer um paralelo entre o
termo sacramentum, como significando
o juramento do soldado a seu senhor, com o juramento do cristão em servir a
Deus. Ele afirma:
Tertuliano aponta que no uso comum do
latim, a palavra sacramentum significa ‘um juramento sagrado’, uma
referência ao juramento de lealdade e obediência, que era exigido dos soldados
romanos. Tertuliano usa este paralelo como meio de trazer à tona a importância
dos sacramentos em relação ao compromisso e lealdade dos cristãos para com a
igreja. [40]
Nascimento e
Matos dizem que usamos o termo sacramento aplicado aos sacramentos para ter a
seguinte analogia: “No batismo o crente
faz um juramento de fidelidade a Cristo até a morte; e quando participa da
Santa Ceia, o crente reafirma este juramento.” [41] Concluímos esta série de aplicações de
Tertuliano com a que Calvino faz quando escreve que: “Assim como os novos soldados, com esse sacramento militar, sujeitam
sua fé ao comandante, e declaram-se soldados seus, assim também nós, com nossos
signos, declaramos que Cristo é nosso comandante e atestamos que combatemos sob
sua bandeira.” [42]
1.3.3 – A
tradução de Mystérion para sacramentum em Versões
Latinas
Tertuliano
contribuiu na ênfase que deu à tradução existente em versões [43] latinas das
Escrituras Sagradas do termo grego mystérion
para sacramentum. De acordo com McGrath,
é bem possível que o próprio Tertuliano tenho sido o autor de tal tradução:
É bem possível que ele já conhecesse
esta tradução por meio das
versões latinas do Novo Testamento. No entanto, como já vimos, Tertuliano era notório por sua capacidade de inventar
novos termos latinos para traduzir termos teológicos em grego, sendo perfeitamente possível que esta
tradução tenha sido feita por ele. [44]
Estas palavras
de McGrath são concordadas por Schaff. [45] Lambert
também ratifica tal raciocínio:
A adoção cristã de sacramentum pode ter sido ocasionada em parte pelas analogias evidentes que a
palavra sugere com o Batismo e a Ceia do Senhor; mas o que parece ter, de fato,
liderado esta adoção foi o fato de que nas Versões Antigas em Latim (como
depois na Vulgata), foi empregado para traduzir o grego [mustérion], “mistério”. [46]
Lambert afirma
que as versões latinas antigas traduziram o termo grego mystérion pelo latino sacramentum.
Depois, no século IV, a Vulgata Latina, [47] versão elaborada por Jerônimo (342 - 420) [48] a pedido do
Papa Dâmaso (304
– 384), [49] fez o mesmo.
O Catecismo da Igreja Católica [50] afirma que
além da tradução de mystérion por sacramentum, em algumas ocasiões mystérion é traduzido pelo termo latino mysterium: “A palavra grega ‘mysterion’ foi traduzida para o latim por dois
termos: ‘mysterium’
e
‘sacramentum’.
Na
interpretação ulterior, o termo ‘sacramentum’ exprime mais o sinal visível da realidade
escondida da salvação, indicada pelo termo ‘mysterium’.” [51]
Para
entendermos estas palavras do Catecismo Romano, é mister ulteriormente
observarmos as seguintes questões sobre o termo mystérion e sua inerência com a fé cristã.
1.3.3.1 – O significado do termo grego Mystérion
De acordo com Günter Finkenrath, a palavra grega mystérion
é
derivada de muw (myo)
que significa “fechar” (a boca) tendo o significado de “aquilo que não deve nem
pode ser dito”. Finkenrath também nos diz que mystérion no plural “... é quase
exclusivamente um termo técnico para festivais tais como aqueles que eram realizados
em Elêusis desde o século XVIII a.C., e que eram generalizados durante o
período helenista [52] e
especialmente nos tempos cristãos como os mistérios associados com Isis, Átis,
Mitras, etc.” [53] sobre a celebração dos mistérios da
divindade ele escreve:
A celebração do mistério fazia uma
representação cerimonial e dramática da divindade que padecia a morte e a ela
vencia, e os iniciados atingiam a salvação e a deificação mediante a
participação nos fortúnios da deidade por meio de atos sacramentais tais como o
batismo, as festas rituais e as cerimônias da morre e da ressurreição. [54]
Também é digno de nota aqui que “Os atos e símbolos cultuais eram
conservados rigorosamente secretos.” [55]
1.3.3.2
– A conexão de Mystérion com sacramentum
Há uma ligação entre a palavra mystérion e o termo sacramentum.
Por isso foi comum a tradução daquele termo por este. Charles Hodge diz que o
termo sacramentum por ser aplicado ao
que era sagrado ou consagrado, tornou-se logo inerente a “... algo que continha um significado sacro ou oculto. Neste
sentido, foi aplicada a todos os ritos e cerimônias religiosas. Isso a manteve
em conexão com a palavra grega mystérion...”. [56] Marcel alude ao fato que a etimologia do termo sacramentum, “sacro”, pode ligá-lo
à idéia de “secreto” ou “o que está relacionado a um mistério”. “Neste sentido
foi usada para de designar ritos e cerimônias religiosas. Em seu sentido
religioso a palavra ‘sacramento’ é relacionada com a palavra grega mysterion,
que significa segredo, mistério, em cujo conhecimento o homem necessita ser
iniciado.”
[57] Concorda com
isso Alexander A. Hodge que afirma: “Em seu uso eclesiástico, o termo, enquanto retém seu
sentido geral de algo obrigatório como sagrado, era num período primitivo usado
como o termo latino equivalente ao grego, mysterion, (...) e portanto qualquer símbolo, tipo ou rito
que possui um sentido espiritual latente.” [58] Sobre esses ritos Marcel escreve: “Ritos
e cerimônias religiosas - o sinal da cruz, unção com óleo, pregação,
confirmação, oração, auxílio aos doentes, explicação mística ou alegórica da
Escritura, etc. - são igualmente chamados sacramentos.” [59]
A idéia de sacramentum ficou tão vaga que, “Ate à Idade Media (...)
Abelardo enumerou cinco sacramentos, enquanto Hugo de S. Vitor enumerava
trinta deles!” [60]
1.3.3.3
– A ligação de mystérion e sacramentum com a fé cristã
É necessário
agora, após ter dado o significado do termo mystérion e a sua
conexão com a palavra sacramentum,
ligá-los e aplicá-los à fé cristã. Berkhof afirma que a transição
de sacramentum para o uso cristão do
termo deve ser procurada em duas questões: Primeira, “no uso
militar do termo, em que denotava o juramento pelo qual um soldado prometia
solenemente obediência ao seu comandante, visto que no batismo o cristão
promete obediência ao seu Senhor”,
[61] e segunda, “no
sentido especificamente religioso que o termo adquiriu quando a Vulgata o
empregou para traduzir o grego mysterion. É possível
que este vocábulo grego fosse aplicado aos sacramentos por terem eles uma tênue
semelhança com alguns dos mistérios das religiões gregas.” [62] A aplicação vista em
Berkhof é própria de Tertuliano, conforme narra McGrath: “Tertuliano
usa este paralelo como meio de trazer à tona a importância dos sacramentos em
relação ao compromisso e lealdade dos cristãos para com a igreja.” [63] Esta é uma aplicação necessária a se fazer. Os cristãos
devem ser ensinados a terem compromisso com a sua fé, sua Igreja, e
conseqüentemente, com sua identidade.
1.3.3.4 – Alguns locais traduzidos por sacramentum
na Vulgata Latina
Schaff
refere-se ao fato de que “A palavra
‘sacramento’ não ocorre nas versões inglesas, protestantes, das Escrituras. Na
Vulgata de Jerônimo e na versão de Rheims é empregada certo número de vezes
para traduzir a palavra grega mistério – mysterion.”
[64] Com relação
a versão portuguesa das Escrituras, temos o testemunho de Nascimento e Matos,
que escrevem: “A palavra sacramento não está na Bíblia.” [65] Calvino nos
cita quatro passagens onde na Vulgata Latina temos a tradução da palavra grega mystérion pela latina sacramentum: Ef. 1:9 – “desvendando-nos o mistério (Texto grego: mystérion; Vulgata: “sacramentum”). Ef. 3:3 – “segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério (Texto grego: mystérion; Vulgata: “sacramentum”). Cl. 1:26 – “O mistério (Texto grego: mystérion; Vulgata: “sacramentum”) que esteve oculto desde todos
os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos”. I Tm. 3:16
– “Evidentemente, grande é o mistério (Texto
grego: mystérion; Vulgata: “sacramentum”) da piedade”.
Barra Mansa, 26 de fevereiro de
2010
Igreja Presbiteriana do Brasil
Bacharel Heber Ramos Bertucci
___________________________________
Notas:
[1] McGrath, Alister
E. Teologia
sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à cristã. Tradução de Marisa K. A. de Siqueira
Lopes. São Paulo – SP: Shedd
Publicações, 2005. p. 575.
[2] A palavra “ortodoxia” é uma
transliteração. Feita esta observação, torna-se necessário saber que é uma
transliteração. De acordo com Antônio C. Barboza uma transliteração se trata de
“representar
uma letra de uma palavra por letra diferente no correspondente vocabulário de
outra língua.”
(Transliterar. In: Barbosa, Antônio
Carlos. Dicionário dinâmico ilustrado.
20. ed. São Paulo – SP: Egéria,
1980. v. 3: (N–Z), p. 665). Lourenço S.
Rega e Johannes Bergman também afirmam que “Transliteração
(ou: ‘transcrição’) é a representação das letras de um alfabeto pelas letras
correspondentes de um outro, levando-se em conta, geralmente, os princípios da
fonética.’ (Rega, Lourenço
Stelio; Bergmann, Johannes. Noções
do grego bíblico. São Paulo – SP:
Vida Nova, 2004. Nota 1, p. 11).
Aplicando estas definições ao termo “ortodoxia” afirmamos ele é uma
transliteração da palavra grega ovrqodoxi,a (orthodoxia) que é formada por dois termos: ovrqo,j (orthós) que significa “certo”, “direto”, e do,xa (dóxa) que quer dizer “opinião”, “doutrina”. (Cf.: Costa, Hermisten M. P. da. Raízes
da teologia contemporânea. São Paulo
– SP: Cultura Cristã, 2004. p. 233). Por
esta definição concluímos que “ortodoxia” significa “crença correta” e aponta
para aquilo que deve ser crido como a regra certa de se ser seguida em qualquer
sistema de doutrina. (Cf.: Ortodoxia. In: Champlin, Russel Norman.
Enciclopédia de Bíblia teologia e
filosofia. 6. ed. São Paulo – SP:
Hagnos, v. 4 (M - O), 2002. p.
633 – 634; Hermisten M. P. da Costa,
Raízes da teologia contemporânea, p.
233 – 235).
[3] Calvino, João. A
instituição da religião cristã.
Tradução de Elaine C. Sartorelli et
al. São Paulo – SP: UNESP,
2009. Tomo II, Livro IV, XIV, 1, p.
692. (Edição integral de 1559).
[4] Em todo trabalho científico é de suma
importância começar se definindo as palavras chaves da pesquisa. Se vamos
aludir neste capítulo sobre “Sacramento”, é necessário definir o que significa
esse termo. A palavra portuguesa
“definição” vem do termo latino “Definitio”,
que, por sua vez, vem do grego o[roj [hóros] que significa “termo” ou “limite” e o`rismo,j
[horismós] que quer dizer “delimitação”. (Cf.: Costa,
Hermisten M. P. da. Noções de lógica. São Paulo - SP, Agosto de 2001. Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo
José Manoel da Conceição, Agosto de 2001.
Anotações de aula da disciplina “Lógica” ministrada no Seminário
Presbiteriano Rev. J. M. Conceição. f. 33 (Rodapé) [Trabalho não publicado]). Esses termos já são claros por si só e nos explicam que a definição deve
fazer-nos delimitar algo de tal forma que ele se torne mais compreensível a
nós. Estevão Bannot de Condillac (1715-1780) afirma: “‘A necessidade de definir é apenas a necessidade de
ver as coisas sobre as quais se quer raciocinar e, se fosse possível ver sem
definir, as definições se tornariam inúteis.” (E. B. de
Condillac apud Ibid., p. 34).
[5] Alister
E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 575.
[6] Hodge, Charles. Teologia
sistemática. Tradução de Valter
Martins. São Paulo – SP: Hagnos,
2003. p. 1381.
[7] Pierre
Marcel. Apud Ferreira, Júlio
A. Antologia
teológica. Brasília – DF: Livraria
Cristã Unida, 1980. Apostila II, p.
343.
[8]
A
palavra etimologia é grega: evtumologi,a (etimología) sendo formada por dois termos: e;tumoj (etmos) que significa “verdadeiro”, “real”, e logo,j (logós) que quer dizer
“palavra”. Etimologia significa então “palavra verdadeira” e nesse tipo de
definição temos o significado de um termo pela raiz histórica que o compõe. (Hermisten
M. P. da Costa, Noções de lógica, f. 34).
[9] Sacramentos.
In: Champlin, Russel
Norman. Enciclopédia
de Bíblia teologia e filosofia. 6.
ed. São Paulo – SP: Hagnos, v. 6 (S - Z), 2002.
p. 21; Cf.: Costa,
Hermisten M. P. da. O Pai Nosso. São Paulo – SP:
Cultura Cristã, 2001. p. 293; Berkhof, Louis. Teologia
sistemática. Tradução de Odayr
Olivetti. 2. ed. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. p. 569;
J. C. Lambert.
Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. Albany, OR USA: AGES Software, 1997. 1 CD – ROM.
v. 9: R – Syzygus, p. 400. (The
Ages Digital Library Reference, Version 1.0).
[CD – ROM 1, The Master Christian Libray (“Theology & Collection
Library”) © 2000 AGES Software].
[10] Cf.:
Charles Hodge, Teologia sistemática, p. 1380; Russel
N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 6 (S - Z), p. 21.
[11] Cf.: Kuiper,
R. B. El cuerpo glorioso de Cristo.
Traducido por Héctor Pina. Grand
Rapids – Michigan, 1985. p. 192.
[12] Cf.: Sacramentos. In: Russel N. Champlin,
Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 6 (S -
Z), p. 21.
[14] Cf.:
Tertuliano. Apud Alister E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 577.
[15] A palavra sistemática vem de “sistema”, que por sua vez é um termo
originário do grego
su,sthma [sýstema]
e significa “combinar” ou “formar um conjunto”. Já o termo “sistemático” é
também de origem grega, sunista,w [synistáo],
que quer dizer “organizar, coligar,
congregar.” (Cf.: Costa, Hermisten M. P. da. Teologia
sistemática: prolegômena. São Paulo - SP, Seminário Teológico
Presbiteriano Reverendo José Manoel da Conceição, Fevereiro de 2005. f. 65.
Anotações parciais de aula da disciplina Teologia Sistemática I (Prolegômena/Teontologia e Antropologia),
ministrada no Seminário Presbiteriano Rev. JMC.
[Trabalho não publicado]).
Estas definições nos levam a refletir que a definição sistemática é aquela que
abrange a definição etimológica, acrescentando a ela aspectos históricos e
críticos, tornando-a mais substanciosa e compreensível para o mundo acadêmico.
[16] Cf.: Schaff,
David S. Nossa crença e a de nossos pais.
Tradução de Nicodemus Nunes. 2.
ed. São Paulo – SP: Imprensa Metodista,
1964. p. 290.
[17] Hodge,
Alexander A. Confissão de Fé Westminster: comentada por A. A. Hodge. Tradução de Valter G. Martins. São Paulo – SP: Os Puritanos, 1999. Comentário do Cap. XXVII, Seções I – III, p.
443.
[18] J. C. Lambert.
Sacraments.
In: International Standard
Bible encyclopedia. v. 9: R –
Syzygus, p. 400. [Tradução nossa].
[20] J. C. Lambert. Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. v. 9: R – Syzygus, p. 400. [Tradução nossa].
[22] Cf.: Alexander A. Hodge.
Confissão de Fé Westminster:
comentada por A. A. Hodge. Comentário do
Cap. XXVII, Seções I – III, p. 442.
[25] J. C. Lambert. Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. v. 9: R – Syzygus, p. 400. [Tradução nossa].
[26] Cf.:
Alister E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e
filosófica: uma introdução à teologia cristã, p. 575.
[29] Nascimento, Adão
Carlos; Matos, Alderi Souza
de. O
que todo presbiteriano inteligente deve saber. Santa Bárbara d’Oeste – SP: SOCEP, 2007. p. 153.
[32] Cf.:
Plínio, o Moço. In: Champlin, Russel
Norman. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. 6. ed. São Paulo – SP: Hagnos, v. 5 (P - R),
2002. p. 302.
[34] J. C. Lambert. Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. v. 9: R – Syzygus, p. 400.
[35] Tertuliano era africano. Sobre este fato
McGrath faz um
comentário interessante. Ele explica porque na região de Tertuliano, no norte
da África, houve grande avanço da teologia da doutrina dos sacramentos: “Talvez
os maiores avanços da reologia dos sacramentos tenham ocorrido na colônia
romana do norte da África, nos séculos III e IV, sendo possível notá-los nas
obras de Tertuliano, Cipriano de Cartago e Agostinho de Hipona. É curiosos
notar o motivo pelo qual esses avanços estão ligados a essa região específica.
Uma possível razão para isso é que a igreja nessa região estava sujeita a
circunstâncias particularmente difíceis, inclusive à perseguição. (Devemos nos
lembrar de que Cipriano morreu como mártir nas mãos das autoridades romanas.)
Assim, a Igreja do norte da África caracterizava-se por um forte senso de
solidariedade em face das difíceis condições que enfrentava. Como fruto disto,
a igreja africana depositava uma grande importância na solidariedade dos fiéis
e nas formas pelas quais esta poderia ser mantida e aperfeiçoada. Aqui entra o
papel dos sacramentos, como um aspecto viral desta estratégia.” (Alister E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 576).
[36] Apresentamos aqui uma síntese histórica do que é ser um “Pai da Igreja” para que nossos
leitores sintam-se mais encontradiços com o significado dessa expressão: 1 – Na história judaica e apostólica
– De acordo com o historiador protestante Christopher A. Hall, “A idéia de um pai na fé tem uma longa
história no uso bíblico e eclesiológico.” (Hall,
Christopher A. Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja. Tradução de Rubens Castilho. Viçosa – MG: Ultimato, 2002. p. 52).
Na história judaica, por exemplo, “Às vezes, os rabinos eram chamados pais...”. (Ibid., p. 52). Talvez por causa dessa
tradição é que o apóstolo Paulo se autodenomina “pai” para a Igreja de Corinto:
“Porque, ainda que tivésseis
milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu,
pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus.” (I
Co. 4:15). Já que o próprio Paulo se intitulou de “pai” espiritual, convém
notar que alguns dos antigos escritores eclesiásticos se referiram aos
apóstolos como “pais”. (Cf.: Ibid.,
p. 52). É o caso, por exemplo, de Clemente de Roma (m. 97 ou 101 d.C.), ao
escrever para a Igreja de Corinto: “Concordes
e sem ressentimento, em paz e caridade, em constante moderação, segui o exemplo
dos patriarcas que vos temos recordado e que agradaram pela sua humildade para
com o Pai, Deus e Criador, e para com os homens.” (São Clemente de
Roma. In: Folch Gomes;
Cirilo (comp.). Antologia dos santos padres: páginas seletas dos antigos escritores
eclesiásticos. 3. ed. (rev.). São Paulo, Paulinas, 1985. LXII, 24, p. 27); 2 – Para designar os bispos no geral – Gomes afirma que “Historicamente, o título de ‘Padres’ foi
dado no início simplesmente aos bispos”. (Cirilo Folch Gomes (comp.). Antologia dos santos padres: páginas
seletas dos antigos escritores eclesiásticos.
Introdução, p. 9). Hermisten Maia P. da Costa, teólogo protestante,
acrescenta que “O designativo ‘Pais’ foi
aplicado aos bispos da Igreja no segundo século.” (Costa, Hermisten M. P. da.
A inspiração e inerrância das
Escrituras: uma perspectiva reformada. São Paulo – SP: Cultura Cristã,
1998. Nota 29, p. 22). Um exemplo claro disso nós vemos na
clássica obra anônima “O Martírio de Policarpo”. Ele relata que os judeus e
gentios que estavam contra Policarpo e queriam sua morte, o acusavam dizendo: “’Este é o mestre da Ásia, o pai dos
cristãos, o destruidor de nossos deuses, o que ensinou a muitos a não
sacrificar e a não adorar.’” (“O Martírio de Policarpo”. Apud Eusébio
de Cesaréia. História eclesiástica.
Tradução de Wolfgang Fischer. São
Paulo – SP: Novo Século, 1999. I V, XV, 26, p. 131. (Grifo nosso)); 3 – Para designar mestres antigos – Hall também afirma que o
termo “Pai” no passado “... geralmente
designa um professor que está instruindo e guiando discípulos para a verdade
religiosa e filosófica.” (Christopher A. Hall,
Lendo as Escrituras com os Pais da
Igreja, p. 52). Esse uso é também
visto entre os ascetas no deserto. Gomes
relata que também recebiam às vezes o designativo “Pai”, “... os ascetas, que nos desertos ofereciam uma palavra espiritual,
geradora de vida, aos que os procuravam.” (Cirilo Folch Gomes (comp.). Antologia dos santos padres: páginas
seletas dos antigos escritores eclesiásticos.
Introdução, p. 9). O protestante Alderi S. de Matos afirma que esse
costume de se chamar um mestre de “pai” também adentrou as portas da Igreja
Cristã: “Já na antiguidade se
convencionou dar tal designação aos grandes escritores e mestres cristãos, os
formadores da teologia cristã.” (Matos,
Alderi S. de. Fundamentos da teologia histórica. São Paulo – SP: Mundo Cristão, 2008. p.
27. (Coleção Teologia
Brasileira)). Como prova disso temos dois relatos importantes. Ireneu de Lião
(130 – 202 d.C.) escreve: “Pois quando
alguma pessoa é ensinada pela boca de outra, ela é chamada de filho de quem a
instruiu, [e] este [é chamado] seu
pai.” (Irenaeus. Against heresies. Book 4, Chapter 41, 2. p. 1044.
In: Roberts, Alexander; Donaldson, James. (Eds). The
Ante-Nicene fathers: The Writings of the Fathers down to A. D. 325. Albany, OR USA: AGES Software, 1997. 1 CD-ROM.
v. 1 (The Apostolic Fathers, Justin Martyn e Irenaeus). (The Ages Digital Library Collections, Version
2.0). [CD-ROM 1, The Master Christian
Library (“Theology & Collection Library”) © 2000 AGES
Software]. (Tradução minha)). E também o contemporâneo de Ireneu,
Clemente de Alexandria (150 – 215), relata: “E
todo aquele que é instruído, está em respeito de sujeição, a filho de seu
instrutor.” (Clemente de Alexandria.
The Stromata, or Miscellanies.
Book 1, chapter 1, p. 584 – 585. In: Roberts,
Alexander; Donaldson, James.
(Eds). The Ante-Nicene fathers: The Writings of the Fathers down to A. D.
325. Albany, OR USA: AGES Software,
1997. 1 CD-ROM. v. 2 (Fathers of the second century: Hermas,
Tatian, Athenagoras, Theophilus e Clemente of Alexandria (Entire)). (The Ages Digital Library Collections,
Version 2.0). [CD-ROM 1, The Master
Christian Library (“Theology & Collection Library”) ©
2000 AGES Software]; 4 – Para
designar os que defendiam a fé ortodoxa – De acordo com Hall, “O termo [“pai”] adquiriu sentido mais técnico desde o quarto século, especialmente no
contexto das controvérsias teológicas que povoaram o quarto e quinto séculos.” (Christopher
A. Hall, Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja, p. 52). Por exemplo, os bispos que participaram
fielmente das decisões do Concílio de Nicéia (325 d.C.), Constantinopla (381) e
Calcedônia (451) foram intitulados de “Pais da Igreja” porque foram
representantes da tradição ortodoxa da Igreja, assim como um dia o foram os
anciãos no judaísmo. (Cf.: Christopher A. Hall,
Lendo as Escrituras com os Pais da
Igreja, p. 52; Cirilo Folch Gomes
(comp.). Antologia dos santos padres: páginas seletas dos antigos escritores
eclesiásticos. Introdução, p. 9).
Devemos saber também que não apenas os bispos ortodoxos foram chamados “pais”,
mas também o foram todos que defendiam a coerente doutrina cristã contra as
heresias que surgiam a todo instante. Por exemplo, Agostinho de Hipona (354 –
420) chama Jerônimo, que não era bispo, de “pai”. (Cf.: Christopher A. Hall, Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja, p. 52).
[37] J. C. Lambert. Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. v. 9: R – Syzygus, p. 400. [Tradução nossa]. Cf.: Adão
Carlos Nascimento; Alderi Souza de
Matos, O que todo presbiteriano inteligente deve saber, p. 153.
[39] Sacramentos.
In: Russel
N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 6 (S - Z), p. 21.
[40] Alister
E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 577.
[41] Adão Carlos Nascimento; Alderi Souza de Matos, O que todo presbiteriano inteligente deve saber, p. 153 – 154.
[43] De acordo com Norman Geisler e Willian
Nix, no seu livro “Introdução bíblica: como a Bíblia chegou até nós”, “Tecnicamente falando, versão é uma tradução
da língua original (ou com consulta direta a ela) para outra língua, ainda que
comumente se negligencie essa distinção. O segredo para a compreensão é que a
versão envolve a língua original de determinado manuscrito.” (Geisler, Norman; Nix, Willian. Introdução bíblica: como a Bíblia
chegou até nós. Tradução de Oswaldo
Ramos. São Paulo – SP: Vida, 1997. p. 184).
[44] Alister
E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 576.
[46] J. C. Lambert. Sacraments. In: International Standard Bible encyclopedia. v. 9: R – Syzygus, p. 400. [Tradução nossa].
[47] O termo “Vulgata” significa “comum” e foi
aplicado a tradução de Jerônimo somente no fim da Idade Média. Para um síntese
da história da realização desta tradução ver: Hermisten M. P. da Costa, A inspiração e inerrância das Escrituras: uma perspectiva
reformada, p. 68 – 70.
[48] Para uma biografia interessante sobre Jerônimo, consultar: Bento XV. Spiritus Paraclitus. I, 2. In: Bazaglia,
Paulo (Ed.). Documentos Sobre a Bíblia e sua Interpretação (1893 – 1993). São Paulo – SP: Paulus, 2004. V. 10, p. 47 – 92. [Encíclica dada em Roma no dia 15 de Setembro
de 1920]. (Coleção Documentos da
Igreja).
[49] Dâmaso [? - ?] foi Papa de 1º out. 366
– 11 dez. 384. (Cf.: Dâmaso I: 1º out.
366 – 11 dez. 384. In: Denzinger,
Heinrich; Hünermann, Peter. (Orgs.). Compêndio
dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Traduzido com base na 40ª edição alemã (2005)
por José M. Luz e Johan Konings. São
Paulo – SP: Paulinas / Loyola, 2007. p.
63). Sobre a sua vida, temos: O Papa Dâmaso I (304 – 384) nasceu “... em Roma, [e era] filho de um sacerdote.” (Dâmaso I. In:
Mcbrien, Richard P. Os
Papas: os pontífices: de São Pedro a João Paulo II. Tradução de Barbara T. Lambert. São Paulo – SP: Loyola, 2000. p. 66). Ele servia a Igreja de Roma onde “... foi ordenado diácono...” (Dâmaso
I. In:
Ibid., p. 66). Foi eleito Bispo em
366 ficando no posto até a sua morte em 384.
Como visão geral de seu papado podemos afirmar que ele: “Edificou várias Igrejas; entre elas a de S.
Lourênço em Roma; mandou que no fim dos salmos se acrescentasse o glória
Patri; escreveu muitas obras em prosa e
verso...” (Bosco, João. História
eclesiástica. Tradução revista e
cotejada com a edição italiana de 1952 por L. Marcigaglia. 6. ed.
São Paulo – SP: Salesiana, 1960.
p. 104); Foi “Um dos mais dinâmicos
defensores do primado de Roma na Igreja primitiva” (Dâmaso I. In:
Richard P. Mcbrien, Os Papas: os pontífices: de São Pedro a
João Paulo II, p. 65); De acordo com os historiadores Católicos Karl Bihlmeyer
e Hermann Tuechle, “... foi também o
primeiro entre os Papas a chamar a Igreja de Roma de ‘Sede Apostólica’.” (Bihlmeyer, Karl; Tuechle, Hermann. História da Igreja. Tradução de Ebion de Lima. São Paulo – SP: Paulinas, 1960. v. I (Antiguidade Cristã – 692), p. 110).
Além disso, “Dâmaso incentivou o culto
dos mártires, restaurando e decorando seus túmulos com inscrições (epitáfios)
em mármore que ele mesmo escreveu” (Dâmaso I. In:
Richard P. Mcbrien, Os Papas: os pontífices: de São Pedro a
João Paulo II, p. 65 – 66). Essas
inscrições continham “expressões de
louvor”. (Dâmaso I. In:
Fischer - Wollpert, Rudolf. Os
Papas: de Pedro a João Paulo II. 5.
ed. Tradução de Antônio E.
Allgayer. Petrópolis – RJ: Vozes,
1999. p. 24). Foi Damaso quem “... autorizou o seu secretário, S. Jerônimo
(+ c. 420), a compor outra tradução do Novo Testamento (mais tarde conhecida
como Vulgata), baseada no grego do original” (Dâmaso I. In:
Richard P. Mcbrien, Os Papas: os pontífices: de São Pedro a
João Paulo II, p. 66). E ele ainda “...
organizou os arquivos papais, instituiu o latim como língua litúrgica principal
em Roma...”. (Ibid,. p. 67). Dâmaso tinha bom apreço por
parte de Graciano (359 - 383), Imperador do Ocidente Romano entre 375 – 383.
Bihlmeyer e Tuechle narram que “Por proposta ele um sínodo havido em Roma, o imperador Graciano, com decreto
de 378, conferiu ao Papa Dâmaso o supremo poder judiciário sobre todos os
metropolitas do Ocidente”. (Karl Bihlmeyer; Hermann Tuechle.
História da Igreja. v. I (Antiguidade Cristã – 692), p. 319).
[50]
De acordo com João Paulo II (1920 – 2005), na Carta Apostólica “Laetamur Magnopere”, o ano de 1997 foi
o ano em que foi aprovada a edição típica latina do Catecismo da Igreja Católica. A primeira versão desse novo
Catecismo foi a edição francesa, que foi publicada com autorização da Santa Sé
com a Constituição Apostólica Fidei
Depositum, de João Paulo II, em 11 de outubro de 1992. Neste documento, o
Papa polonês afirma: “O ‘Catecismo da
Igreja Católica’ é fruto de uma
vastíssima colaboração: foi elaborado em seis anos de intenso trabalho,
conduzido num espírito de atenta abertura e com apaixonado ardor. Em 1986,
confiei a uma Comissão de doze Cardeais e Bispos, presidida pelo senhor Cardeal
Joseph Ratzinger, o encargo de preparar um projeto para o Catecismo requerido
pelos Padres do Sínodo. Uma Comissão de redação, composta por sete Bispos
diocesanos, peritos em teologia e em catequese, coadjuvou a Comissão no seu
trabalho.” (João Paulo II. Constituição Apostólica Fidei Depositum. In:
Catecismo da Igreja Católica. 9. ed. [Revisada de acordo com o texto
oficial em latim]. São Paulo – SP:
Loyola, 2006. p. 9). Sobre o conteúdo do Catecismo, João
Paulo II escreve: “o ‘Catecismo da
Igreja Católica’ por um lado retoma a
‘antiga’ ordem, a tradicional, já seguida pelo Catecismo de São Pio V,
articulando o conteúdo em quatro partes: o Credo; a sagrada Liturgia, com os
sacramentos em primeiro plano; o agir cristão, exposto a partir dos mandamentos; e por fim a oração cristã. Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo é com
freqüência expresso de modo ‘novo’, para responder às interrogações de nossa
época. As quatro partes estão ligadas entre si: o mistério cristão é o objeto
da fé (primeira parte); é celebrado e comunicado nos atos litúrgicos (segunda
parte); está presente para iluminar e amparar os filhos de Deus em seu agir
(terceira parte); fundamenta nossa oração, cuja expressão privilegiada é o
‘Pai-Nosso’, e constitui o objeto da nossa súplica, de nosso louvor e de nossa
intercessão (quarta parte).” (João Paulo II.
Constituição Apostólica Fidei Depositum. In:
Catecismo da Igreja Católica. p. 10).
[51]
Catecismo da Igreja Católica. Primeira parte, Segunda seção, Cap.
III, Art. 9, III, 774, p. 222.
[52] O termo “helenismo” é oriundo da
palavra grega {Ellhn (hellen) que significa “grego”, ou “alguém
que fala grego” (Cf.: {Ellhn. In:
Gingrich, F. Wilbur; Danker,
Frederick. Léxico do N.T. grego/português.
Tradução de Júlio P. T. Zabatiero.
São Paulo – SP: Vida Nova, 2003.
p. 70). Ele é usado para designar “...
o período de cultura Gr. a partir de Alexandre Magno (356 – 323 a.C.) até o
início do Império Romano sob Augusto (31 a.C.), i. é, até aproximadamente o
início da era cristã.” (Helenismo. In: Coenen,
Lothar; Brown, Colin
(orgs.). Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. Tradução de Gordon Chown. 2. ed.
São Paulo – SP: Vida Nova, 2000.
v. I (A – M), Glossário, p. LXVI). O ideal de Alexandre Magno era helenizar
os seus domínios e isso “... consistia em
difundir a língua grega, as artes, as religiões e a filosofia. Mas não proibia
que os seus vassalos preservassem as suas instituições e a sua religião (templo
e culto).” (Santos, João Alves
dos. Panorama bíblico do Novo Testamento. São Paulo - SP, Seminário
Teológico Presbiteriano Reverendo José Manoel da Conceição, s. d. Anotações de aula da disciplina “Introdução ao
Novo Testamento” ministrada no Seminário Presbiteriano Rev. J.M.C. f. 4. [Trabalho não publicado]).
[53] Günter
Finkenrath. musth,rion. In: Coenen, Lothar; Brown, Colin. Dicionário
internacional de Teologia do Novo Testamento. Tradução de Gordon Chown. 2. ed.
São Paulo – SP: Vida Nova, 2004. v. II (N – Z), p. 2282.
[58] Alexander A. Hodge.
Confissão de Fé Westminster:
comentada por A. A. Hodge. Comentário do
Cap. XXVII, Seções I – III, p. 444.
Alexander Hodge sobre isso relata que sacramentum “... naturalmente veio a ser aplicado
num sentido geral e vago às ordenanças cristãs do Batismo e da Ceia do Senhor,
e com eles também a muitas outras doutrinas e ordenanças religiosas.” (Alexander A.
Hodge. Confissão
de Fé Westminster: comentada por A. A. Hodge. Comentário do Cap. XXVII, Seções I – III, p.
444).
[63] Alister
E. McGrath, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
teologia cristã, p. 577.
[65] Adão Carlos Nascimento; Alderi Souza de Matos, O que todo presbiteriano inteligente deve saber, p. 153.
Nenhum comentário:
Postar um comentário