quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SETE INTERPRETAÇÕES SOBRE A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO QUE EU NÃO CONCORDO



                                                                 Introdução


“O propósito divino não é satisfazer a nossa curiosidade, e, sim, ministrar-nos instrução proveitosa.” Calvino, João.  As pastorais.  Tradução de Valter G. Martins.  São Paulo – SP: Paraklestos, 1998.  Comentário de I Tm. 2:14, p. 233.
“... desejo apenas conseguir de todos os homens em geral que não esquadrinhemos nem queiramos saber o que o Senhor escondeu e não deseja que se saiba; e que não menosprezemos o que Ele nos manifestou e declarou com sua Palavra; para que, por um lado, não sejamos condenados por nossa excessiva curiosidade, e, por outro, por nossa ingratidão.”Calvino, João.  A instituição da religião cristã.  Tradução de Ilunga Kabedgele.  São Paulo – SP: UNESP, 2008.  Tomo II, Livro III, XXI, 4, p. 379 – 380.  (Edição Integral de 1559).


A Bíblia descreve uma “... abominação que, de tão horrenda, não há de obter perdão algum.” [1] Trata-se do pecado contra o Espírito Santo ou também chamado de Blasfêmia contra o Espírito Santo. “O Salvador fala explicitamente dele em Mt. 12.31,32 e passagens paralelas; e, em geral se pensa que Hb 6.4-6; 10.26,27 e 1 Jo 5.16 também se referem a este pecado.” [2] Nesse texto eu me preocupo em explicar algumas teorias sobre este pecado particular que não creio que fazem justiça ao texto bíblico. Minha opinião não será dada nesse texto, mas em outro que publicarei posteriormente. Espero que o texto seja útil para todos aqueles que, porventura, vierem a lê-lo.

I – O Pecado Contra O Espírito Santo Só foi Possível na Época de Cristo

Os Pais da Igreja Jerônimo (342 – 420) e Crisóstomo (347 – 407) diziam que o pecado contra o Espírito Santo só era possível de ser cometido na estada de Cristo na terra. Portanto, eles defendiam que “... ele foi cometido pelos que estavam convencidos em seus corações de que Cristo realizava os Seus milagres pelo poder do Espírito Santo, mas, a despeito da sua convicção, recusavam reconhecer estes milagres como tais e o atribuíam à operação de Satanás.” [3] Esta posição parece ser defendida por Lewis Sperry Chafer (1871 – 1952). Ele fornece dois argumentos em favor dela. Eles são:
Primeiramente, se este pecado “... consistia em asseverar que as obras de Cristo, que foram operadas pelo Espírito Santo, foram realizadas de modo contrário, por Satanás”, [4] logo, ele não poderia ser cometido nesta era presente, “... visto que Cristo não está mais neste mundo como estava então, nem Ele empreende no mesmo modo para fazer as obras do Espírito Santo.” [5] Não se pode, portanto, segundo Chafer (1871 – 1952), retirar o sujeito daquela ação, o Cristo, e o substituir por homens, nos dias de hoje, e afirmar que se trata da mesma ofensa. A sua conclusão então é que “A possibilidade deste pecado específico cometido cessou com a remoção de Cristo na terra.” [6] Em segundo lugar, este pecado não pode se fazer presente em nosso tempo porque o chamado do Evangelho inclui “quem quiser vir”. Se este pecado específico fosse uma realidade, o convite do Evangelho deveria ser feito apenas àqueles que não cometeram este pecado. “Deve ser argumentado que essa condição jamais é imposta a qualquer relacionamento da graça da presente necessidade.” [7]
Contra esta posição, nós temos outros textos da Escritura que se referem a este pecado (o que não é reconhecido por L. S. Chafer) e aparentam afirmar que ele continuou possível mesmo após a estada de Cristo na terra. Os texto são: Hb 6.4-6; 10.26,27 e 1 Jo 5.16. [8]
Uma posição semelhante, porém, que reconhece alguma aplicabilidade deste pecado para os dias de hoje, nos é dada por John F. MacArthur, Jr. Ele diz que “... havia ocorrido um evento histórico único quando Cristo estava fisicamente na terra. Hoje isto não é o caso. Nem sentido primário, não se aplica hoje. Talvez haja aplicação no tempo futuro (durante o milênio) quando Cristo estiver reinando sobre a terra.” [9] A aplicação que este texto pode ter nos dias atuais, de acordo com ele, é que como é o Espírito Santo quem convence o homem do pecado (cf.: Jo. 16:7-11), e é necessário que todos nasçam de novo do Espírito (cf.: Jo. 3: 1 – 8), logo, “É o Espírito Santo o agente regenerador da Trindade, e mais cedo ou mais tarde uma pessoa tem que parar de blasfemar contra o Espírito a fim de atender a Cristo e ser salvo. Se a pessoa continua rejeitando e zombando da obra convencedora do Espírito Santo, não há maneira dela se tornar cristã.” [10]

II – Este Pecado Consiste em Impenitência Durante Toda a Vida

Já Agostinho (354 – 430) defendia a impoenitentia finalis, ou seja, a “impenitência” [11] ou “teimosia” [12] obstinada até o fim da vida. A dificuldade com esta posição é que ela defende que “... não se comete tal pecado senão quando se persevera nele até a morte.” [13] Contra isso, Cristo ensinou que este pecado “... pode ser cometido nesta vida.” [14] Nos dias atuais também há quem se simpatize com esta ideia. Eles ensinam que o pecado imperdoável “... consiste de incredulidade persistente, uma recusa até o fim a aceitar Jesus Cristo pela fé.” [15] Porém, esta ideia, segundo Louis Berkhof (1873 – 1957), não poderia ser correta, pois, “... supondo-se isso, seguir-se-ia que todos os que morreram num estado de impenitência e descrença cometeram este pecado, enquanto que, segundo a Escritura, ele tem que ser uma coisa de natureza muito específica.” [16]

III – Somente os Regenerados Podem Cometer Este Pecado

Para ir contra a teologia bíblica da perseverança dos santos, “... os teólogos luteranos mais recentes ensinavam que somente as pessoas regeneradas poderiam cometer esse pecado, e procuravam apoio para essa ideia em Hb 6.4-6.” [17] No entanto, é preferível afirmar à luz da Bíblia que os regenerados não podem cometer este tipo específico de pecado. Isso veremos mais adiante.

IV – Este Pecado Consiste no Adultério e Assassinato

Há a ideia de que o pecado contra o Espírito Santo possa ser dois tipos básicos de pecados. O primeiro deles é o adultério. A lógica de tal associação é que no adultério se peca contra o corpo, e este é o templo do Espírito Santo. No Antigo Testamento, o adultério era punido com a morte (cf.: Lv. 20:10). Então, “O raciocínio é que, uma vez que ele merece a pena de morte e envolve a violação do templo do Espírito Santo, este deve ser o pecado imperdoável.” [18] O segundo deles é o assassinato. A lógica é que se o homem é criado à imagem de Deus, matar um ser humano é, então, atacar ao próprio Deus. Ainda se pode acrescentar a isto “... o fato de que o assassinato é um pecado contra a santidade da vida. Uma vez que o Espírito Santo é a última ‘força de vida’, matar um ser humano é insultar o Espírito Santo.” [19] Com relação a estas teorias, Robert C. Sproul diz que embora elas “... possam ser atraentes a especulativas, elas não ganharam o consentimento da maioria dos eruditos bíblicos.” [20]

V – Este Pecado Consiste em Palavra Ofensiva Contra Deus

Há também quem pense que o pecado contra o Espírito Santo é alguma palavra ofensiva contra Deus. Nos Dez Mandamentos nós vemos uma séria proibição contra a blasfêmia. Em Êx. 20:7, por exemplo, diz: Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” Este mandamento ensina que “É blasfêmia fazer uso do nome de Deus para fins pecaminosos tais como a magia e o amaldiçoamento ilícito.” [21] Naquele contexto “A blasfêmia é sempre em palavra ou ação, injúria, desonra e desobediência a Deus, e a sua penalidade é a morte por apedrejamento.” [22] (Cf.: Lv. 24:16). Portanto, “Para Deus, o abuso verbal de seu santo nome é um assunto suficientemente sério para ser levado à lista de suas dez ordens mais importantes. Isso nos diz que a blasfêmia é um assunto sério aos olhos de Deus. É um pecado horrível blasfemar contra qualquer membro da Divindade.” [23] Mas, será que isso significa que qualquer pessoa que ofendeu em algum momento da vida o nome de Deus está condenada para sempre? Ao estudarmos a natureza do pecado contra o Espírito Santo nós podemos afirmar que a resposta para isso é negativa. [24] No próximo ponto entenderemos por que.

VI – Este Pecado Consiste em Palavra Ofensiva Contra o Espírito Santo

Há os que pensam que o pecado contra o Espírito Santo seja o ato de se falar algo desdenhoso contra o Espírito Santo. Contra isso, Herman Bavinck diz que esse pecado “... não consiste de uma dúvida ou de incredulidade a respeito do que Deus revelou, nem de uma resistência ou de uma murmuração contra o Espírito Santo, pois esses pecados podem também ser cometidos pelos crentes.” [25] É certo que “... também há pecados contra o Espírito Santo que são perdoáveis”. [26] O texto de Ef. 4:30 é um exemplo disso. Nele, Paulo diz: E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” Este texto nos ensina que “Visto que o Espírito Santo reside em nós, cada parte de nossa alma e de nosso corpo deve ser-lhe consagrada. Se, porém, nos entregarmos a todo gênero de impureza, é como se o expulsássemos de seus aposentos.” [27] A linguagem que Paulo usa aqui é semelhante à do Antigo Testamento para se referir a Deus: através da linguagem antropopática. O termo “antropopático” é oriundo de duas palavras gregas: antropos = “ser humano” e pátos = “paixão”, [28] tendo, então, o sentido de “paixão humana”. Nele, Deus é descrito com qualidades e emoções humanas. [29] É exatamente isso que vemos em Ef. 4:30, com respeito ao Espírito Santo. Nas palavras de Calvino (1509 – 1564): “Para expressar isso de forma mais familiar, ele [o apóstolo] atribui ao Espírito Santo as afeições humanas, ou seja, alegria e tristeza.” [30] Mas, em nenhum momento o apóstolo associa este ato do crente às Vezes entristecer o Espírito Santo [31] com o pecado imperdoável, apesar de ser importante citar aqui a admoestação de William Hendriksen: “A blasfêmia contra o Espírito Santo é o resultado de gradual progresso no pecado. Entristecer o Espírito (Ef 4.30), se não há arrependimento, leva à resistência no Espírito (At. 7.51), a qual, se persistida, se desenvolve até que o Espírito é apagado (1 Ts 5.19).” [32] Isso significa que “... a blasfêmia contra o Espírito Santo não acontece no começo nem no meio do caminho do pecado, mas no fim.” [33]

VII – Este Pecado Consiste em Não Crer No Dom de Línguas

Uma interpretação curiosa da natureza do pecado imperdoável nos é relatada e criticada pelo autor de linha conservadora norte americano John F. MacArthur, Jr. em seu livro “Os Carismáticos”. [34] Ele cita dois conhecidos carismáticos chamados Charles e Frances Hunter. Eles não são teólogos, mas tem grande influência sobre as “pessoas comuns” a respeito de sua interpretação da Escritura Sagrada. “Na introdução de seu livro Por que Falar em Línguas? Os Hunters dão a entender que qualquer pessoa que questiona o falar em línguas ou outros aspectos do movimento carismático estaria do lado dos fariseus que criticaram a Jesus e atribuíram Suas obras a Satanás.” [35] Portanto, “... os críticos do movimento carismático poderão estar bem próximos de cometer o pecado imperdoável da blasfêmia contra o Espírito Santo.” [36] Será que isso é verdade? Um estudo de todos os textos que falam sobre este pecado imperdoável demonstrará claramente que não há nenhuma ligação entre estas ideias apresentadas pelos Hunters.


Itatiaia - RJ, 21 de agosto de 2013
Reverendo Heber Ramos Bertucci
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NOTAS:

[1] Calvino, João.  A instituição da religião cristã.  Tradução de Ilunga Kabedgele.  São Paulo – SP: UNESP, 2008.  Tomo II, Livro III, Cap. III, 22, p. 90.  (Edição Integral de 1559).
[2] Berkhof, Louis.  Teologia sistemática.  Tradução de Odayr Olivetti.  2. ed.  São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004.  p. 234. Cf. também: Idem, Manual de doutrina cristã2. ed.  Patrocínio – MG: CEIBEL, 1992.  p. 142.
Há, no entanto, quem negue este fato. Por exemplo, o Teólogo norte americano Lewis Sperry Chafer (1871 – 1952) afirma que “Estes textos, contudo, embora profundamente sérios em sua importância, não possuem relação alguma com o pecado imperdoável.” (Blasfêmia.  In: Chafer, Lewis S.  Teologia sistemática.  Tradução de Heber Carlos de Campos.  São Paulo – SP: Hagnos, 2003.  v. 7, p. 49). Eu prefiro concordar com os teólogos reformados que afirmam que os textos em questão se referem a este tipo de pecado.
[3] Louis Berkhof, Teologia sistemática, p. 234.
[4] Blasfêmia.  In: Lewis S. ChaferTeologia sistemática.  V. 7, p. 48.
[5] Blasfêmia.  In: Ibid., p. 48.
[6] Blasfêmia.  In: Ibid., p. 48.
[7] Blasfêmia.  In: Ibid., p. 48.
[8] Cf.: Louis Berkhof, Teologia sistemática, p. 234.
[9] MacArthur, Jr., John F.  Os carismáticos: um panorama doutrinário.  Tradução de Elizabeth Gomes.  São José dos Campos – SP: Fiel, 1981.  p. 46.
[10] Ibid., p. 46 – 47.
[11] Ibid., p. 234.
[12] João Calvino.  A instituição da religião cristã.  Tomo II, Livro III, Cap. III, 22, p. 90.
[13] Ibid., Tomo II, Livro III, Cap. III, 22, p. 90.
[14] Ibid., Tomo II, Livro III, Cap. III, 22, p. 90.
[15] Louis Berkhof, Teologia sistemática, p. 234.
[16] Ibid., p. 234.
[17] Ibid., p. 235.
[18] Robert C. Sproul, Eleitos de Deus, p. 179.
[19] Ibid., p. 180.
[20] Ibid., p. 180.
[21] H. Währisch; C. Brown.  Blasfemar.  In: Lothar Coenen; Colin BrownDicionário internacional de Teologia do Novo Testamento.  v. I (A – M), p. 233.
Sobre isso, João Calvino diz: “Ora, se tanto há de mal nesta temerária propensão de abusar improcedentemente do nome divino, muito mais nisto, se a nefários usos se confere, como aqueles que o fazem servir às superstições da necromancia, às imprecações execráveis, aos exorcismos ilícitos e a outros ímpios encantamentos.” (Calvino, João.  As Institutas.  Tradução de Waldir Carvalho Luz.  São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2006.  vol. 2, 8, 22, p. 148.  (Edição Clássica)).
[22] T. Ress.  Blasphemy.  In: International Standard Bible Encyclopedia.  v. 2: B – Cyrus, p. 457.  (Tradução Nossa).
[23] Robert C. Sproul, Eleitos de Deus, p. 180.
[24] Ibid., p. 180.
[25] Herman Bavinck.  Apud Hermisten M. P. da Costa, A pessoa e obra do Espírito Santo, f. 29.
O pecado contra o Espírito Santo também não se consiste utilizar o nome do Espírito Santo para blasfemar alguém: “É óbvio que a referencia aqui não trata do mencionar do nome do Espírito Santo numa exclamação blasfema, porque até mesmo a blasfêmia contra o Filho do Homem pode ser perdoada, conforme Mt 12:32.” (H. Währisch; C. Brown.  Blasfemar.  In: Lothar Coenen; Colin BrownDicionário internacional de Teologia do Novo Testamento.  v. I (A – M), p. 235).
[26] Louis Berkhof, Teologia sistemática, p. 235.
[27] Calvino, João.  Efésios.  Tradução de Walter Graciano Martins.  São Paulo – SP: Paracletos, 1998.  Ef. 4:30, p. 147.
[28] Cf.: antropos; pátosIn: F. Wilbur Gingrich; Frederick DankerLéxico do N.T. grego/português,      p. 24; 153.
[29] Na Bíblia, por exemplo, encontramos Deus descansando (Gn. 2:2“E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito”); se arrependendo (Gn. 6:6“então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”; tendo zelo ou ciúmes (“Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”); tendo comoção e compaixão (Os. 11:8“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixõe, à uma, se acendem”). (Cf.: Cf.: Antropomorfismo.  InChamplin, Russel Norman.  Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia.  6. ed. São Paulo – SP: Hagnos, v. 1 (A - C), 2002.  p. 199).
Há também na Escritura, a linguagem antropomórfica, termo composto de duas palavras gregas, a saber: antropos = “ser humano” e morfe = “forma”. (Cf.: antropos; morfeIn: F. Wilbur Gingrich; Frederick DankerLéxico do N.T. grego/português, p. 24; 138). Esta linguagem apresenta, portanto, Deus, com formas humanas. Por exemplo, Deus é apresentado na Bíblia como sendo um ser humano completo: (Êx. 15:3 – “O SENHOR é homem de guerra; SENHOR é o seu nome”); ou como tendo partes humanas, como, por exemplo: pés (Gn. 3:8 – “Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”); mãos (Js. 4:24 – “Para que todos os povos da terra conheçam que a mão do SENHOR é forte, a fim de que temais ao SENHOR, vosso Deus, todos os dias”); boca (Nm. 12:8 – “Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?”); coração (Os. 11:8 – “Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem.”). (Cf.: Cf.: Antropomorfismo.  In:  Russel Norman ChamplinEnciclopédia de Bíblia teologia e filosofia.  v. 1 (A - C), p. 199).
Para ver o argumento de João Calvino (1509 – 1564) do arrependimento divino como sendo linguagem antropomórfica ver: Calvino, João.  As Institutas.  Tradução de Waldir Carvalho Luz.  São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2006.  vol. 1, XVII, 13, p. 226.  (Edição Clássica). (Cf. também: Calvino, João.  A instituição da religião cristã.  Tradução de Carlos Eduardo de Oliveira et al.  São Paulo – SP: UNESP, 2008.  Tomo I, Livro I, Cap. XVII, 13, p. 211.  (Edição integral de 1559)). Para associar esta linguagem antropomórfica com a de acomodação divina em Calvino (1509 – 1564), ver: Matos, Alderi S. de.  Fundamentos da teologia histórica.  São Paulo – SP: Mundo Cristão, 2008.  p. 157.  (Coleção Teologia Brasileira); Helm, Paul.  A providência de Deus.  Tradução de Vagner Barbosa.  São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2007.  p.  44 – 46.  (Série Teologia Cristã).
[30] João CalvinoEfésios.  Ef. 4:30, p. 148.
[31] Hermisten Costa diz que “O Espírito se entristece com os nossos pecados, manifestando o Seu desagrado de modo externo: através da Palavra de Deus e interno: através da nossa consciência.” (Hermisten M. P. da Costa, A pessoa e obra do Espírito Santo, f. 111). A palavra nos refreia de pecar, conforme afirma o Sl. 119:11 e I Jo. 2:1. John Dagg (1794 - 1884), ao descrever a nossa consciência moral diz que “Nossas mentes foram constituídas de tal maneira que somos capazes de perceber uma certa qualidade moral nas ações, podendo nós aprova-las ou desaprová-las.” (Dagg, John L.  Manual de Teologia.  2. ed.  São José dos Campos – SP: Fiel, 1998.  p. 4). Segundo ele, a consciência de se fazer o que é certo traz um dos nossos mais elevados prazeres, enquanto que a angustia do remorso por causa de alguma maldade que se fez é tão intolerável quanto outro sofrimento qualquer que o coração humano possa sentir. (Ibid., p. 4).
[32] Hendriksen, William.  Comentário do Novo Testamento: Mateus. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2001.  V. 2, p. 39.
[33] Herman Bavinck.  Apud Hermisten M. P. da Costa, A pessoa e obra do Espírito Santo, f. 29.
[34] Cf.: MacArthur, Jr., John F.  Os carismáticos: um panorama doutrinário.  Tradução de Elizabeth Gomes.  São José dos Campos – SP: Fiel, 1981.  212 p.
[35] Ibid., p. 44.
[36] Ibid., p. 44 – 45.

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